A fila ia longe. Era um dia de feriado, e todos resolveram ir passear naquele shopping.
No quiosque, as duas atendentes não davam conta da demanda. Ora faltavam copos, ora troco, ora o consumo era demais, e não dava tempo para refrigerar a massa dos sorvetes.
- A casquinha acabou! – anunciou a atendente, já impaciente.
De repente, acabou a tampa do copo do milk shake. Uma das atendentes teve que sair, em busca da tampinha. A outra começou a preparar os pedidos que não dependiam disso, como o sundae.
A fila se multiplicava. De repente, lá de trás, um grandalhão chega ao balcão e começa a gritar com a atendente.
- Você não tem sorvete? Então sai daí e vá avisar a fila. Ou você acha que a gente tem que ficar esperando?
- Eu não posso sair, estou sozinha.
- Problema é seu, eu não tenho que ficar aqui parado, esperando sua boa vontade.
De impaciente, a atendente teve súbitos de explosão. Alguns reclamavam, outros observavam, enquanto ela olhava para o caixa e pensava no que fazer, mas sem fazer.
De repente, lá de trás também, como se fosse uma compensação do universo pelo mal que lhe fizeram, um casal se aproxima do quiosque.
- Moça, se não tem sorvete, fecha a fila. Você não tem culpa. Não precisa se preocupar, as pessoas vão entender.
Caiu como um bálsamo.
A atendente se derrubou em lágrimas.
- Vocês não têm ideia do que estou passando. São seis horas da tarde, não saí para almoçar ainda, estou aqui, em pé, com fome, e ainda tenho que ouvir esse tipo de coisa.
A fila toda se solidarizou com ela.
Não basta só vender a ideia de felicidade e alimentos saborosos. Mas, infelizmente, o próprio ditado já sentenciou: “em casa de ferreiro, o espeto é de pau”.
Crédito:
"Ronaldo McDonald"
Reprodução internet
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