Por que tanta raiva?

Saía do estacionamento com pressa para levar o filho ao médico. A criança passava mal e precisava urgente de ser socorrida.

Tentava sair  da garagem, mas os carros não davam trégua. Quando viu uma folguinha, muito curta, mas possível, não pensou duas vezes: acelerou e entrou na fila.


Ofendido, o motorista que vinha atrás não perdoou: ultrapassou, da forma como foi possível, entrou na frente do carro e... pisou no freio.


Sem que houvesse motivo algum, o motorista, que não suportou a humilhação de ter um carro entrando na frente dele, parou em meio a uma avenida movimentada pelo simples prazer de uma provocação.


Se não tivesse sido hábil, o motorista, aquele que corria com a criança, teria batido o carro. Isso seria o de menos.


Teria prejudicado o atendimento da criança, que chorava. Teria dor de cabeça com as despesas do conserto. Teria pensado o que fez de tão grave assim para que o outro motorista perdesse a compostura.


Afinal, o trânsito deve ser levado muito a sério, e cada um deve ao menos se colocar no lugar do outro e entender o que pode estar acontecendo naquele veículo para tamanha pressa. Uma pessoa doente? Uma grávida em trabalho de parto?


Pensou que aquele rapaz do carro da frente estivesse passando por alguma dificuldade, também, a ponto de precisar ir para algum lugar com urgência. Mas já era tarde: ele virou na primeira esquerda.





Imagem: Freepik

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